As cavernas de Longmen são o grande atrativo desta cidade. As cavernas são da época em que Luoyang era capital de uma dinastia chinesa. Naquela época era costume entalhar estátuas a beira de um rio. Antes da capital se mudar para Luoyang as cavernas também eram feitas, em Datong. Com o risco de invasão bárbara a capital mudou para o sul e as cavernas começaram ser feitas aqui, em Luoyang.

Existem ao todo mais de duas mil cavernas, contando com as pequenas que não chegam a ter um metro de altura. Em geral a caverna tem um Buda ao centro, ladeado por outras duas figuras e em cima, no teto da caverna, uma flor de lótus representando a iluminação ou a transcendência do Buda.

Eventualmente encontramos alguma estátua do deus dos céus, mas isso é menos freqüente. Ao longo do tempo o estilo das estátuas mudou sensivelmente, tem algumas mais expressivas e outras mais sisudas.

No meio das cavernas tem uma caverna gigante com imagens em tamanho igualmente grande. É bem bacana de se ver. Deve ter dado um trabalhão fazer isso tudo.

As cavernas ficam a uns treze kilometros do centro da cidade, e usamos um ônibus de linha para chegar lá. Nessas horas é um grande alívio ter o celular com plano de dados ativado e o GPS funcionando, pois eu acompanho no mapa do telefone para saber onde estou. Pedir informações passa a ser bem menos importante. Eu escolhi um plano de dados da China Unicom, que é uma empresa menor que a China Mobile, mas oferecia um plano mais em conta e tem a tecnologia 3G. A China Mobile não tem 3G, e está planejando par direto para o 4G.

Quando estávamos a cerca de um kilometro das cavernas a estrada, que estava em obras, simplesmente parou em um engarrafamento básico. O ônibus abriu as portas e a motorista berrou alguma coisa em chinês e todo mundo desceu. Nós também descemos, meio perdidos. Perguntei para um senhor qual era a direção certa. Ele ficou muito satisfeito de saber que eu era brasileiro. Falou um montão de coisas sorrindo, apertou minha mão me cumprimentando. Não entendi uma palavra, mas ele parecia estar feliz 🙂

Juntou uma galera andando a pé na estrada em obras. Parece que tudo está em obras por aqui nesse país. Até algumas cavernas de Longmen estavam em obras, e o rio estava desassoreando. Ou seja, não andamos de barquinho aqui também :(. Na semana passada o político Wen Jiabao, anunciou que nos próximos cinco anos a China deve diminuir o ritmo da construção civil, a fim de evitar uma bolha imobiliária. Evitar a bolha imobiliária é muito bom, mas certamente haverá um ajuste na oferta de mão de obra. Ou seja, tem gente que trabalha na construção civil que vai ficar sem emprego. É um movimento inevitável.

No final do passeio tem uma casa com uma pequena exposição sobre o inicio da República da China, quando os nacionalistas estavam no poder. Não tinha muitas legendas, mas deu para ver um pouquinho da mobília e fotos da época. No finzinho ainda tinha um jardim chinês com a tumba de algum fulano, mas daí eu já tinha perdido o fio da meada. Fiquei olhando os peixinhos no lago do jardim mesmo 🙂

Ah, hoje um pai pediu para eu tirar fotos com os dois filhos dele. Motivo: minha cara de estrangeiro. Eu já tinha visto isso acontecer uma vez ou outra com outros estrangeiros. Também teve um dia, no jardim botânico do Palácio de Verão de Beijing, em que quatro meninas pediram para a Ana Paula tirar uma foto para elas, e todas ficaram em volta de mim. Eu ia tentar sair do meio delas mas antes eu perguntei: a foto é comigo? -Sim!, elas responderam. Eu dei uma gargalhada e a Ana Paula tirou a foto.

 

 

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